LINHA PARALELA

LINHA PARALELA

És amor em linha paralela

sem começo, sem fim,

que me solta ao vento na liberdade

de tua suave crina vermelha.

No encontro do epicentro

das órbitas de nossos olhos

descobrimos nossa intemporalidade,

e no mesmo ondear de teus flancos

te acompanha meu caminhar

por campos estelares

rumo à centelha que nos chama

à dimensão do tempo

onde existimos,

desde sempre.

Como buraco negro no céu

no sol de nossas íris

escoamo-nos para o desconhecido

que guardamos em segredo:

a face oculta da vida

que os lábios não ousam

 e a pele não sente.

O amor, dispensa matéria

03/87