SER HUMANO

29/11/2014 17:37

SER HUMANO

 

O ser humano tem facetas surpreendentes. E ultimamente,pelo visto, infelizmente, para pior. Ou melhor, sempre estiveram do lado do pior, mas escamoteavam-se bem. Sem saber usufruir a liberdade que implica em responsabilidade de uma vida útil em sociedade, sem olhar ou agir em torno do próprio umbigo, atuam, literalmente, como verdadeiros atores, representando toscamente o papel de bons mocinhos e mocinhas.

Tais tipos, tão logo sejam chamados ao desempenho de suas obrigações, cinicamente apontam falhas em quem se engrena na roda viva coletiva para auxiliá-la a girar, buscando desviar a atenção de seus descasos sistemáticos para com tudo que não diga respeito aos próprios interesses.

Arvorando-se em porta-vozes da moralidade e dos bons costumes (até dá saudade da TFP!), espalham seu veneno, seu clima de mau humor e terror, de que nada vai bem, pois afinal, como podem alguns fazer parte dessa roda gigante com prazer? Parece que a alegria alheia constitui uma afronta à própria dificuldade em sair de dentro de si para ver que existe um mundo muito maior à sua volta, com uma diversidade e riqueza maravilhosa.

O problema na “disfunção da engrenagem” não está na falta de liberdade. Está no ser humano, preso ao seu próprio egoísmo, estado incompatível com a vivência em liberdade. E se o todo não é melhor, não é pelas dificuldades que surgem, e que fazem parte da vida, mas justamente pelos fantasmagóricos atores que, sem escrúpulos, não se envergonham em representar o papel de arautos de retidão, honestidade, responsabilidade, e quantos adjetivos positivos couberem na lista.

Como seres irracionais que mordem o próprio rabo, não entendem que a alegria está em ser o seu melhor, e não em disfarçar o seu pior.

 

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