Quem és tu, Anjo Guardião de garis, andarilhos e indigentes que a ti sorriem?
Quem és tu, que com os braços em diração aos céus guturalmente estende teu grito primal dos despojados em meio à selva de concreto na qual governas em viadúcteo trono?
De tua imagem prismada em tantos iguais, puídos e empoeirados, de quem há muito o urbano habita, vejo-o, altivo e soberano, em um só.
Teus olhos observadores, que brilho refletem?
O da esperança-felicidade que guardas em teu coração de coração da humanidade?
O da revolta que às tuas veias agitam em resistência ao institucionalizado conformismo-consumista?
De que sorriem maliciosamente teus olhos?
Da brevidade dos frágeis mitos criados pelo homem?
Será acaso, da teimosa inumanidade dos homens, ou dos que teimosamente renovam a virtude humana, esperançosos e disfarçados em meio à multidão?
O que registras quando meditativo debruças sobre papéis e pões-te a escrever?
O que viram teus olhos acostumados a assistir dos camarotes das calçadas os espetáculos proporcionados pelo bicho-homem?
A sabedoria que sob cabelos grisalhos conservas de tuas viagens pelos caminhos do marginal coração coletivo e que ninguém melhor do que tu conheceu?
Quem és tu, que altivo mantém a dignidade dos que em teu reino habitam provendo-os não só os alimentos do corpo, mas também os do espírito quando os presenteia com pequenas coisas que alegram e engrandecem o coração?
Sejas quem for, tu, Aristrocata da alma humana, ilumunie, agora e sempre, o caminho de nossas vidas!