CANETA-FLOR

14/09/2014 16:03

CANETA-FLOR

 

Talvez palavras não consigam nunca descrever a dimensão do amor que se sente por alguém. Talvez, uma tentativa, através da abordagem das vivências que se tem com esse alguém.

Há coisas que entram em nossa vida, de forma tão entranhada, definitiva, que se amalgamam à nossa forma de ser. Fazem parte de nossa pele, ossos, do nosso olhar. O amor por essa alguém, assim, faz parte do nosso DNA.

Arroz integral, arte, muita arte, música, livros, muitos livros, as línguas estrangeiras, os dias de sol, as borboletas, o almoço à mesa, nutritivo e simples, luz, muita luz entrando pela casa. Zen. Glenn Miller, ao fundo sua voz rouca e grave cantando “when I touch your hand...” Minha irmã terna, eterna, Aycilma. Teus lábios em todos os quadros que dão vida às paredes da casa.

A conversa descontraída no almoço, como nos velhos tempos. E mais um aprendizado – um novo vocábulo, para descrever aqueles que resumidamente podem ser descritos como mau caráter: os corruptos, os cooptadores, os interesseiros, os que não merecem que a conversa sobre eles se estenda além de meramente referidos como mauca. E basta. E nossas risadas ecoam gostosamente pela sala. Porque a vida é dura, mas também bela, e risível.

Em minha sala, a singela caneta-flor que me deste, rubra, tão universal como tua sabedoria acumulada peregrinamente pelo mundo. Tão simples e pura como teu amor.

De tua irmã, Sandra

 

09/14