GERAÇÃO PERDIDA

16/11/2012 18:28

GERAÇÃO PERDIDA

 

Dizem que na vida não há coincidências. Adoro isso! Uma série de desenhos norte-americana, South Park, em episódios de suas últimas temporadas, não vacila em críticas mordazes para todos os lados.

Um dos alvos foi a socialite Paris Hilton. De olhos injetados e caídos de tanta bebedeira, egocêntrica e fútil, além de apresentar uma série de pets que cometeram suicídio por não suportá-la, a loira decadente se torna ícone de uma geração de meninas. O máximo é ser como ela, em suma, uma vadia.

Terminado o episódio, mudei de canal para assistir ao Profissão Repórter. E qual era o tema daquele dia? A vida das periguetes. Novo termo que define o modismo de quem não tem nada mais que fazer do que viver super-maquiada, “loira”, com roupas justíssimas que exponham o corpo ao máximo e freqüentar bailes funks dançando de modo a salientar as nádegas como principal atributo físico. A reportagem acompanhava o dia-a-dia de três exemplares que, ao que parecia, tinham como único objetivo na vida - ser periguete.

Em seguida, um tipo de DJ de baile funk, bi-bígamo (casado simultaneamente com quatro mulheres e com mais de vinte filhos) era o exemplo de  uma bem sucedida figura paterna. Sentado em uma cadeira de palhinha na varanda de sua bela casa, em frente ao bem cuidado jardim, assistia à apresentação, feita especialmente para ele, de quatro de suas filhas, aparentando idade entre 6 e 11 anos.

Aquele especial de filho, aquele sentimento e necessidade primordial que leva qualquer criança a querer agradar ao pai e a ter sua aprovação. Era o melhor delas. No melhor estilo periguete, as quatro crianças encenavam uma coreografia funk ao amado pai.

Se a visão esporádica em noticiários daquelas multidões de jovens em bailes funk se embebedando e rebolando me davam a angustiosa sensação de geração perdida, à visão das quatro miniperigietes tive ímpetos de suicídio para nunca mais ter de assistir a nada do gênero. Afinal, é melhor parar por aqui do que ser contemporânea do futuro inominável de uma geração perdida.

 

08/12

 

 

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